quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Resenha - III

Referencia bibliográfica: BURLE, Thomas Joseph. Do jeitinho brasileiro ao golpe. Piracicaba: Editora Livroceres, 1981.
Capitulo II (pág. 67 a 80)
Quanto mais elevado o nível de vida a ser conseguido, tanto maior a necessidade de organização, colocando o assunto de forma positiva, a incapacidade de manter uma organização é também uma barreira ao progresso político. Um autogoverno bem sucedido depende, dentre outras coisas, da possibilidade de se concentrar o comportamento de um grande número de pessoas em assuntos e interesses públicos. Os mesmo fatores que atrapalham a associação efetiva para fins econômicos, atrapalham também a associação para fins políticos. O nosso 'ethos do golpe', (mecanismos inconscientes de autodefesa ou mascaramento) como vimos, é inegavelmente, um fator que atrapalha demais a concentração de um grande número de pessoas em assuntos de real interesse público, tornando, assim, muito difícil o nosso desenvolvimento.
Com freqüência, pressupõe-se que basta que existam recursos naturais abundantes, como ocorre no Brasil, para que o progresso e o desenvolvimento econômico se tornem realidade, surge inevitáveis comentários como 'O Brasil cresce durante a noite, enquanto os brasileiros dormem...' Porem o pressuposto é errado porque negligencia a importância crucial da cultura, sendo fácil notar que a cultura pode ser o fator limitante que determina a quantidade e a natureza da organização e, portanto, do progresso nas partes menos desenvolvidas do mundo.
Como uma possível questão a ser levantada, mas que preferiríamos deixar em aberto para eventuais futuras discussões, está a suspeita de que alguns dos traços mais marcantes do 'ethos do golpe' talvez não sejam assim tão específicos do brasileiro, do latino americano ou mesmo dos povos mediterrâneos. Há indícios que sugerem que alguns desses traços estariam também se generalizando, cada vez mais, em outras parte do mundo. Parece que algumas atitudes e certos valores e comportamentos complexo do sistema estariam, pouco a pouco, manifestando-se nos hábitos e costumes de vários outros povos, raças e nações. Neste sentido talvez estejamos nos aproximando da aldeia global, que ignora, minimiza sua importância ou mesmo se esconder à verdade absoluta.

Transparência Internacional:
Brasil mantém nota, mas piora em ranking de corrupção.
Reuters; Agência Brasil; O Globo

RIO e SÃO PAULO - O Índice de Percepção da Corrupção no Brasil se manteve estável em 2008 na comparação com o ano anterior, mas o país caiu oito posições no ranking dos países que tem menor percepção da corrupção no setor público, ficando agora com a 80ª posição, divulgou a organização não-governamental Transparência Internacional nesta terça-feira.
Mesmo com a manutenção do índice em 3,5, o Brasil aparece atrás de países como Butão, Botsuana, Gana e Seicheles na lista da ONG.
Na América do Sul, o Brasil ficou à frente de Argentina, Bolívia, Paraguai, Equador e Venezuela. O país também está empatado no ranking com Burkina Faso, Marrocos, Arábia Saudita e Tailândia.
De acordo com o relatório, a nota de um país é mais relevante que sua colocação no ranking como nível de corrupção percebida, pois a classificação de um país pode mudar simplesmente pela entrada de novos países ou saída de outros no índice.
A Transparência Internacional detectou uma "ligação fatal entre pobreza, instituições falidas e corrupção" no mundo como um todo.
"Nos países pobres, os níveis de corrupção podem ser a linha divisória entre a vida e a morte, quando dinheiro para hospitais ou água potável está em questão", disse Huguette Labelle, presidente da Transparência Internacional, em comunicado.
"Porém, até mesmo nos países mais privilegiados, onde as sanções são aplicadas de forma perturbadoramente desiguais, o combate à corrupção precisa ser enrijecido", acrescentou.
Pelo segundo ano seguido, Dinamarca e Nova Zelândia lideraram o ranking de países com menor percepção de corrupção, dessa vez empatados com a Suécia. No ano passado, a Finlândia também dividia a liderança. Haiti, Mianmar, Iraque e Somália ocupam as últimas posições.
O Índice de Percepção da Corrupção é calculado pela Transparência Internacional com base em diferentes pesquisas do setor privado e junto a consultores. O ranking conta com 180 países e considera o índice 10 como ausência de percepção de corrupção e o índice 0 como percepção total de corrupção. Leia mais: Combate à corrupção 'estanca' no Brasil, diz Transparência Internacional

Reflexão:
A corrupção, de forma negativa, já faz parte de nossa identidade se tornou um nódulo maligno, acabamos tendo afinidades com atos corruptos a ponto de em algum momento corrompemos ou somos corrompidos, intensamente ou não, sob a mascara do famoso jeitinho brasileiro. Para superar esse carma, teremos que incutir em nossos jovens uma nova consciência para que no futuro seja extirpado este mal, pois em curto prazo as soluções se mostram paliativas.
O nosso país a economia publica se encontra superfaturada e atuando de forma ineficiente, enquanto que a privada sub-faturada e eficiente quando solicitada para suprir a falta do estado. Estamos avançando em vários setores, com reflexos positivos em toda nossa sociedade destacando a economia por exemplo, mas atual democracia é permissiva com maus políticos e gestores públicos que se envolvem em atos ilícitos e se camuflam sob o manto da impunidade com o aval de uma legislação auto protetora.
Uma boa maneira seria tornar as ações públicas cada vez mais transparentes com o contínuo monitoramento da sociedade, chamando o cidadão para a efetiva participação nas questões públicas, como representante da nação brasileira e não do jeitinho brasileiro.
José Batista da Silva
Carlos Henrique da Silva

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